21/08/2017 – Segs

Alta no consumo de água em São Paulo: desconhecimento da população é maior vilão do desperdício

Números recentes da Sabesp apontam que o gasto com o consumo de água aumentou consideravelmente em condomínios passados dois anos da pior crise hídrica que São Paulo já vivenciou. Em 2015, ano em que começaram a surgir os primeiros indícios de reversão da crise, o consumo por apartamento era de 11,4 m³ na cidade de São Paulo, segundo cálculos da empresa. Dois anos depois, o gasto é de 11,8m² por unidade.

Síndicos relatam que moradores vem consumindo cada vez mais nesses dois anos após o período de seca em São Paulo, levando ao encarecimento da conta de água. Ao comparar o período de estiagem – quando foi adotado medidas de conscientização da população – e o atual período, os valores da conta mais que dobraram. Há cerca de dois anos alguns condomínios da classe média apontam que consumiam cerca de 967m³ de água, pagando cerca de R$ 2.500,00. Atualmente, o consumo gira em cerca de 1.026m³, e a conta subiu para R$ 4.119,00.

Contenção do desperdício

Marco Aurélio Teixeira, gerente de novos negócios da CAS Tecnologia e especialista em recursos hídricos, explica que muito do desperdício que ocorre em apartamentos acontece por questões estruturais.

“Um banho de ducha, que dura 15 minutos com o chuveiro aberto, consome cerca de 135 litros de água – em casa – e mais de 240 litros – em apartamento. Isso acontece, porque a caixa d’água, quando instalada em um prédio de 20 andares, fica a cerca de 65 metros de altura. A distância entre os apartamentos e o reservatório cria maior pressão e vazão de água. Quanto maior a vazão, maior é o desperdício de água”, explica.

O especialista também esclarece que faz parte da cultura do brasileiro que mora em grandes metrópoles sempre utilizar mais água do que o necessário.

“De acordo com a ONU, cada pessoa necessita de 110 litros de água para consumo e higiene, porém no Brasil, o consumo ultrapassa 200 litros para cada pessoa. O desperdício é muito grande e, se os brasileiros conseguissem reduzir em 10% o consumo de água, o país economizaria cerca de R$1,3 bilhão em recursos”, garante.

Marco Aurélio Teixeira é especialista em técnicas de medição de água há mais de dez anos. Implantou o projeto de medidores individualizados de água homologado pela Sabesp em São Paulo, que já foi instalado em mais de 40 mil pontos na cidade.

Teixeira também dá consultoria de como economizar água. Por exemplo, qual tipo de chuveiro é ideal para cada tipo de família, quais as novas tecnologias que podem ser implantadas, quais hábitos devem ser mudados, a instalação de caldeira de água em prédios com aquecimento a gás e como um medidor individual é importante para entender o gasto de água.

Sobre a CAS Tecnologia:

Desde 2000, a CAS aplica tecnologia, ciência e engenharia para desenvolver soluções inteligentes para redes de água, energia e gás. Com abordagem ponta-a-ponta e integradora para redes inteligentes, a CAS é capaz de prover a tecnologia como ferramenta valiosa para a eficiência dos negócios e como um aliado para a sociedade em resposta aos desafios ambientais.

Para mais informações, acesse: http://www.castecnologia.com.br/.